Ponte
Rio-Niterói
A Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio–Niterói, é um belo e majestoso conjunto arquitetônico que nasceu como a terceira maior ponte do mundo!
Foi construída à época para conectar duas unidades da federação (Estado da Guanabara/BR-101- Av. Brasil e o Estado do Rio de Janeiro/Av. do Contorno) através de três segmentos: o Acesso Rio de Janeiro, o Trecho sobre o Mar e o Acesso Niterói, com dezoito rampas, sendo oito em viadutos.
- EXTENSÃO TOTAL DA OBRA:
14 mil m, sendo 8.836 m sobre a Baía de Guanabara. Considerando o comprimento de todas as rampas de acesso, a ponte tem 23 mil m. - ALTURA MÁXIMA:
72 m acima do nível médio do mar. - LUZ MÁXIMA (altura para a passagem de navios):
60 m. - LARGURA TOTAL:
26,60 m. - NÚMERO DE PILARES:
453.
- VOLUME DE CONCRETO ESTRUTURAL:
560 mil m3, sendo 77 mil m3 submersos. - CIMENTO UTILIZADO:
240 mil t. - AÇO CONSUMIDO:
40 mil t. - ATERRO HIDRÁULICO DA PRAÇA DO PEDÁGIO:
1.360.000 m3. - CONCRETO ASFALTO:
32.400 m3. - TRABALHADORES DURANTE A CONSTRUÇÃO DA OBRA:
10 mil.
- ENGENHEIROS:
200. - CUSTO À ÉPOCA:
cerca de US$ 400 milhões. - CUSTO ATUALIZADO DE CONSTRUÇÃO:
cerca de US$ 8 bilhões. - TEMPO TOTAL DA OBRA:
4 anos e 6 meses. - Com 300 m de extensão, o vão central da Ponte Rio-Niterói é o maior do mundo em viga reta contínua. Esse recorde dificilmente será superado, já que esse tipo de estrutura praticamente não é mais utilizado.
Linha do Tempo
Linha do Tempo
1763
A capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.
1817
D. João VI concedeu aos ingleses William Spencer e Charles Nicoll o privilégio de exploração de barcas a vapor pela Baía de Guanabara.
1835
O primeiro serviço de transporte regular entre o Rio e Niterói passou a ser feito por barcas a vapor inglesas da Companhia de Navegação de Niterói, com capacidade para cerca de 200 pessoas.
As viagens eram feitas de hora em hora, com duração de 30 minutos.
1876
Em 4 de março, o decreto nº 6138 de D. Pedro II concedeu a Hamilton Lindsay Bucknall o privilégio por 50 anos para a “construção, uso e gozo de um túnel submarino e estrada de ferro” que comunicasse a capital do Império com a cidade de “Nictheroy”.
O túnel seria construído com chapas de ferro ou aço e teria de 5 a 6 m de diâmetro e 5 m de altura. Dois anos depois, Lindsay publicou em Londres o projeto “A Search for Fortune”, mas não conseguiu financiamento para executar o empreendimento.
1932
Surgiram dois projetos de pontes pênseis, um de autoria do engenheiro Cornélio Cezar Hauer e outro do engenheiro Mello Marques. Este último se propunha a ligar o Calabouço (na capital do Brasil) a Gragoatá (em Niterói), mas os responsáveis pelos segmentos rodoviários da época julgaram mais conveniente fazer um túnel submerso.
1935
O arquiteto francês Leon Descofier Vandôme concebeu um projeto de concreto armado com vários níveis, que serviria para a ponte rodoviária entre os dois municípios e também para a inserção de edifícios comerciais e área de lazer, com teatros e restaurantes.
1943
O deputado Duarte de Oliveira defendeu a construção de uma ponte tendo como bases extremas os pontos do Gragoatá, em Niterói, e o Calabouço, no Rio de Janeiro. Mas não conseguiu convencer a maioria das autoridades, que preferiam um túnel.
1952
O Congresso Nacional aprovou e tornou pública a lei n° 1793, que autorizou o lançamento de uma licitação para construir o túnel entre o Rio de Janeiro e Niterói. A obra seria edificada sob o regime de concessão.
1953
O Ministério de Viação e Obras Públicas assinou contrato com a empresa francesa “Études et Entreprises” para elaborar o projeto do túnel subaquático que ligaria a Praça Mauá (no centro do Distrito Federal) à Avenida Feliciano Sodré (em Niterói), com 6.105 m de extensão. A opção Gragoatá-Calabouço foi abandonada devido à proximidade com a pista do Aeroporto Santos Dumont.
1957
O Congresso Nacional aprovou em outubro a Lei n° 3.273, que fixou a mudança da Capital da União para o novo Distrito Federal, no Planalto Central do País, em 1960.
1959
O governo brasileiro promulgou em novembro o Decreto n° 47.168, que permitiu a abertura de nova licitação para construção e exploração de um túnel entre os dois municípios, válida para empresas nacionais e internacionais.
1960
A capital federal foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília em 21 de abril. Há, nos registros, o presidente Juscelino Kubitschek tomando um café com os “candangos” (trabalhadores que construíram a cidade planejada) e uma cena do dia da inauguração da nova capital.
1961
As propostas para a construção do tão sonhado túnel foram abertas em junho.
Mas como só a firma portenha Sailav apresentou proposição de um traçado que ligaria Gragoatá ao Calabouço (com comprimento de 2.600 m sob a água e extensão total de 3.600 m), a Comissão de Licitação sugeriu anular
a concorrência.
1963
O Departamento Nacional de Estradas e Rodagem anulou, em 7 de março, a licitação para a construção e exploração do túnel entre Rio e Niterói, pois considerou que a empresa Sailav não estava capacitada.
Em dezembro do mesmo ano, o Conselho Nacional de Transportes criou uma comissão para análise e estudo da ligação entre as duas cidades. Pela primeira vez, a opção da ponte ganhou maior atenção.
1965
Em 5 de fevereiro, a portaria n° 5 instituiu um grupo formado por representantes do Ministério de Viação e Obras Públicas, do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, do Estado Maior das Forças Armadas e dos Governos dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro. A comissão apresentou um parecer no final do mesmo ano, base para o governo criar a Comissão Executiva da Ponte Rio-Niterói.
1966
O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem lançou a publicação “Ponte Rio-Niterói”.
1967
Em 4 de julho, após licitação internacional, o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem assinou contrato com o consórcio formado por 4 empresas, entre brasileiras e estrangeiras. As companhias nacionais elaboraram um estudo de viabilidade técnica, cabendo a cada empresa trechos em concreto, serviços elétricos, as infra e mesoestrutura de sustentação e estudos referentes ao tráfego.
1968
Em 23 de agosto foi publicado o edital de concorrência para a construção da Ponte Rio-Niterói.
Em 24 de outubro ocorreu a licitação, cujo vencedor foi o Consórcio Construtor Rio-Niterói.
Em 9 de novembro o Ministro dos Transportes, Cel. Mário David Andreazza, lançou a pedra fundamental da Ponte Rio-Niterói, com a presença da Rainha Elizabeth II e do Príncipe Phillip, Duque de Edimburgo.
1969
Em 9 de janeiro iniciou-se a construção da Ponte com a participação de centenas de engenheiros, técnicos e operários e a mobilização dos equipamentos chamados “ilhas flutuantes” para a confecção das fundações do Trecho sobre o Mar.
1970
As cenas mostram a construção dos tubulões que seriam preenchidos em seguida por concreto submerso por alguns dos 10 mil trabalhadores que atuaram na obra. Esse processo se repetiu nos anos seguintes da construção, nos 103 pilares duplos do trecho marítimo da Ponte.
1971
Fase de edificação do Trecho sobre o Mar, a partir das primeiras aduelas de apoio. As peças eram fabricadas na Ilha do Fundão e transportadas em uma balsa. Em 27 de abril foi criada a ECEX-Sociedade Anônima Empresa de Construção e Exploração da Ponte Presidente Costa e Silva. Após a inauguração da Ponte, ela se tornou Empresa de Engenharia e Construção de Obras Especiais, vinculada ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.
1972
Início da construção da praça do pedágio em Niterói. Para permitir a passagem de embarcações de grande porte, foi necessário construir um vão de 300 m – o maior vão livre do mundo em viga reta contínua – e dois adjacentes de 200 m cada, com 60 m de altura sobre o nível médio do mar.
1973
Fundações e pilares avançaram pela baía entre 1969 e meados de 1973, resultando em 1.138 tubulões, que sustentam 103 pares de pilares no Trecho sobre o Mar.
1974
A Ponte foi construída simultaneamente de Niterói para o Rio e do Rio para Niterói.
O Ministro dos Transportes, Mário Andreazza, fez questão de visitar a construção assim que os dois trechos se encontraram no vão central. Em fevereiro foram feitos testes de carga com caminhões para comprovar, na prática, as premissas teóricas do projeto.